terça-feira, 11 de setembro de 2012

17ºCapitulo

Desci as escadas, o pessoal olhou todo para mim.
Rita- E o Rodrigo? Está bem?
Raquel- Sim, está mais calmo.
Melissa- E tu? Estás bem?
Raquel- Sim estou.
João- Tu e ele?
Raquel- Sim João.
Rafael- Então mas, isso quer mesmo dizer que vocês estão mesmo juntos né?
Teresa- Sim amor estão.
João- E nós que não tinhamos desconfiado de nada.
Melissa- Porque vocês são tótós, e não reparam nessas coisas.
Rafael- Bem, mas Raquel, vê lá ai os gajos, qualquer coisa diz-me que eu parto-lhes a cara.
Rita- Ai que violência.
Raquel- Sim Rafa, não te preocupes.
Raquel- O Hugo está lá dentro com o Ivo?
Rita- Sim, está.
A porta abriu-se, o Hugo saiu de lá de dentro, voltou a fechar a porta.
Melissa- Então?
Hugo- Bem...
Rita- Sim..
Raquel- Ele está bem?
Hugo- Bem está, mas está todo lixado.
Raquel- Eu vou lá.
Hugo- Tens a certeza?
Raquel- Sim tenho.
Hugo- Pronto vai lá. -O Hugo desviou-se da porta.
Abri a porta devagar, entrei e voltei a fechar a porta. Não tinha muito jeito perguntar, mas...
Raquel- Posso?
Ivo- Já entras-te.
Caminhei na direção dele, sentei-me ao lado dele.
Raquel- Estás bem?
Ele olhou para mim, dum instante desviou o olhar.
Raquel- Oh Ivo.
Ivo- O que é que queres que te diga? Que estou bem se não estou?
Raquel- Não, só quero que entendas e que pares.
Ivo- Pois.
Bem, aquela conversa não estava a correr nada bem. Não sabia o que dizer com medo das respostas dele.
Raquel- Podias ter mais calminha não?
O Ivo virou-se de frente para mim.
Ivo- Calma Raquel? Vocês os dois andaram a gozar com a minha cara.
Raquel- Ai sim?
Ivo- Ya, estavam juntos e não me disseram nada, andei a fazer figura de Otário.
Raquel- Desculpa, não era essa a nossa intensão, não queriamos contar logo ao pessoal, queriamos ver se era a sério.
Ivo- E é a sério?
Raquel- Sim é, nós gostamos um do outro.
Ivo- E estás aqui a fazer o quê?
Raquel- Queria falar contigo.
Ivo
- Querias? Ou querias humilhar-me ainda mais?
Raquel- Claro que não Ivo, por amor de Deus, pára de ser assim, eu só quero que as coisas fiquem bem, quero que o grupo seja o que era, por favor Ivo, não sejas assim.
Ivo- Raquel, achas mesmo que isto vai ser o que era?
Raquel- Porque não?
Ivo- Porque estás com o Rodrigo.
Raquel- E o que é que isso tem a ver?
Ivo- Esquece, não vais perceber.
Raquel- Se não me contares claro que não vou perceber.
Ivo- Esquece isso, que sejam muito felizes.
Levantou-se bruscamente e saiu do quarto batendo a porta com força, deu-me uma enorme vontade de chorar, fiquei ali sentada na cama com as mãos na cara, a minha irmã a Teresa e a Rita entraram e sentáram-se a meu lado.
Rita- Não fiques assim, o Ivo é um parvo.
Não conseguia parar de chorar, eles estavam chateados por minha culpa, sentia-me péssima, estaria eu a estragar uma grande amizade?
Elas iam falando comigo, iam-me acalmando, parei de chorar, mas continuava com aquele sentimento de culpa pelo que se estava a passar. O Rodrigo entrou no quarto, veio direito a mim, a Rita desviou-se dando assim lugar para o Rodrigo se sentar ao meu lado, abraçou-me com imensa força.
Melissa- Ficas com ela?
Rodrigo- Sim claro.
Elas sairam do quarto e fecharam a porta, fiquei agarrada ao Rodrigo imenso tempo.
Rodrigo- Então princesa?
Continuava abraçada a ele sem dizer uma única palavra.
Rodrigo- Tem calma, está tudo bem.
Afastei-me e fiquei a olhar para ele, ainda com os olhos molhados.
Raquel- Não não está Rodrigo.
Ele passou as suas mãos suavemente pelos meus olhos, limpando-me as lágrimas.
Rodrigo- Mas vai ficar tudo bem.
Raquel- Será que vai mesmo amor?
Rodrigo- Sim vai. Prometo-te.
Raquel- Eu não queria nada disto Rodrigo.
Rodrigo- Eu sei que não Raquel.
Abraçamo-nos e beijámo-nos.
Rodrigo- Vá amor, agora põe um sorriso na cara, não te quero ver assim.
Sorri-lhe, estava bem mais calma, não deixava de me sentir culpada, mas tentei não agir como tal.
De mãos dadas saimos do quarto e fomos ao encontro do pessoal que estava todo reunido lá em cima.
Assim que nos juntámos ao grupo o Ivo levantou-se e foi lá para baixo, o Rodrigo apertou-me a mão com força, como se me disse-se para ter calma, aquela atitude do Ivo só me fez sentir pior.
Hugo- Tenham paciência, ele vai acabar por aceitar.
Rodrigo- Desculpa lá, mas ele está a ter atitudes de criança.
Melissa- Sim, o Rodrigo tem razão.
Teresa- Eu percebo-o, a situação não é fácil para nenhum de vocês, mas com o tempo tudo vai ao lugar.
Raquel- Esperemos que sim.
Hugo- Ele vai aceitar, mas têm de lhe dar tempo.
Rodrigo- Pois, não tem outro remédio se não aceitar.
João- Estás bem Raquel?
Bem aquela pergunta vinda do João era estranha, sim porque ele não parece que se preocupe muito com os outros.
Raquel- Sim, estou.
Melissa- Vá mana anima-te.
Hugo- Bem, eu vou me agarrar ao leme. E vocês se quiserem vão dormir.
Rodrigo- Queres ir amor?
Raquel- Por mim posso ficar mais um bocadinho, mas se quiseres vai amor.
Rodrigo- Eu faço te companhia.
Teresa- Bem, eu acho que vou andando.
Rafael- Então eu vou contigo.
Melissa- Sendo assim tambem vou, aproveito para ler um bocadinho.
Teresa- Vá pessoal, até amanhã.
Raquel- Até amanhã.
Melissa- Até amanhã meninos.
Rodrigo- Até amanhã, oh menina.
Fiquei com o Rodrigo e com a Rita, ficámos à conversa durante imenso tempo.
Falamos sobre o Ivo, não gostava nada daquela situação, ainda mais por minha culpa.
Rita- Vá lá Raquel, tira essa cara, o Ivo está chateado, mas vai lhe passar, e vai tudo voltar ao que era.
Raquel- O que mais me custa é ser por minha culpa.
Rodrigo- Ai é que tu te enganas, não é por tua culpa, apaixonamo-nos um pelo outro, é perfeitamente normal estarmos juntos.
Rita- Por coinsidência o Ivo estava interessado em ti, mas tu gostas do meu primo, e ele só tem que entender isso.
Rodrigo- Ele é que está a agir mal.
Raquel- Mas mesmo assim, custa-me que o grupo tenha que passar por isso.
Rita- Somos um grupo, somos todos amigos, e nenhum deles ficou chateado, nem tem nada que ficar.
Suspirei, não gostava nada daquela situação, mas não podia fazer mais nada, só podia esperar que o Ivo ficasse bem.
A Rita foi se deitar, ainda fiquei um bocadinho com o Rodrigo, mas acabamos por descer, dei-lhe um beijo de boa noite e fui me deitar, tinha sido um dia atribulado, deitei-me no beliche a olhar para o tecto, fiquei longos minutos nos meus pensamentos, aqueles dias no mar que era suposto serem calmos e divertidos, acabaram por ser uns dias de revelações, não tinha sido a melhor maneira de contar ao pessoal que estávamos juntos, mas ao menos já todos sabiam a verdade. Acabei por adormecer, tive uma noite calma, se tudo corre-se bem, quando acordasse já deviamos de estar bem perto da ilha.


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