segunda-feira, 6 de agosto de 2012

4º Capítulo

Hoje acordei com as galinhas, não sei bem o porquê, mas acordei bem disposta, era um novo dia, decerteza que ia ser bem melhor que o anterior. Levantei-me, ainda a Melissa dormia profundamente, com muito cuidado para não fazer barulho abri a porta e sai do quarto, estava tudo silencioso. Dei uma volta pela casa para ver se alguém já se tinha levantado, mas estava tudo ainda a dormir. Fui ao quarto buscar o bikini, um vestido e a toalha, em seguida dirigi-me à casa de banho para me vestir. Já vestida, abri a porta de casa e saí, já o sol brilhava, não se via muita gente na rua. Então fui para a praia em passo lento, tinha todo o tempo, sem pressas cheguei à praia, estava deserta, vá tinha algumas pessoas, mas muito poucas, caminhei à beira mar, sentia o vai-e-vem das ondas nos meus pés.
Sem mais demoras caminhei pelo areal acima, pousei a toalha e a mala na areia e fui ao encontro do mar. Estava fria, para não dizer gelada, mas mesmo assim mergulhei e ainda fiquei um bocado, mas acabei por sair, tremia por todo o lado, então corri até à toalha e embrulhei-me, sentei-me e fiquei a olhar para mar, sem pensar em nada, apenas a olhar.
Não dei por nada, nem pelo tempo a passar, nem pelas pessoas que já tinham abancado à minha volta, nem pelo telemóvel a tremer, só quando começou a tocar é que acordei para a vida. Era a Teresa.
Teresa - "Raquel?"
Raquel - "Sim?"
Teresa - "Onde é que tu andas, estamos fartos de te mandar mensagens, já te ligámos e tu nada, mas..."
Raquel - "Calma Teresa, estou na praia."
Teresa - "Na praia? Já? Mas o que que foste fazer para a praia tão cedo?"
Raquel - "Vim passear, dar um mergulho, mas não dei pelas horas, desculpa."
Teresa - "Ah, sabes é que nos pregaste um grande susto. Bom, nós estamos todos em casa. Já comeste?"
Raquel - "Não ainda não, mas eu passo no bar e como qualquer coisa."
Teresa - "Hum, está bem, nós vamos agora comer e depois vamos ter contigo à praia. Sim?"
Raquel - "Sim claro, então até já."
Teresa - "Até já, beijinhos."
Desliguei e guardei o telemóvel, peguei nas minhas coisas e caminhei em direção ao bar.
Estava lá o empregado, aquele que levou o tempo todo a fazer olhinhos à Melissa. Assim que me viu, deu-me logo um enorme sorriso, como se tivesse gostado de me ver. Dirigi-me ao balcão, sentei-me naquelas cadeiras altas, e claro que quem me atendeu foi ele.
Empregado - Ora, muito bom dia, bons olhos a vejam.
Raquel - Bom dia. - Dei um sorriso timído.
Empregado - Calma não te quero intimidar. Diga-me lá o que é que a menina vai querer.
Raquel - Não me intimidas não. Bom eu quero...
Empregado - O mesmo da outra vez?
Raquel - Oh sim, pode ser mesmo isso.
Empregado - Cinco minutinhos.
Simpático e ao que parece brincalhão, é assim que o posso descrever, sim porque nem o nome dele sei.
Empregado - Aqui está uma tosta mista e um suminho de laranja para a menina.
Raquel - Muito obrigada.
Começei a comer, e ele ficou ali, em silêncio à minha frente a olhar-me. Fiquei super embaraçada. Mas ele lá quebrou o silêncio.
Empregado - Como é que te chamas? Se é que posso saber.
Confesso que não estava nada à espera daquilo, mas respondi-lhe.
Raquel - Bem, sim claro, quer dizer, claro que podes saber isso, o meu nome.
Fiquei tão atrapalhada, não sei o porque asério, eu não costumo ser assim, mas apanhou-me mesmo de surpresa.
Empregado - Tem calma. - E voltou a sorrir.
Raquel - Raquel.
Empregado - Gosto bastante do teu nome, a minha irmã também se chama Raquel.
Raquel - Obrigada, e a tua irmã deve de ser uma excelente pessoa, para ter o mesmo nome que eu. - Sorri-lhe timidamente.
Empregado - Tonta. Sou o David.
Raquel - Muito gosto David.
David - Não se costuma dizer, "muito prazer"?
Raquel - Sim, mas prazer é outra coisa. Se é que me entendes.
Ele começou-se a rir.
David - Bem, já vi que és fresca.
Claro que me começei a rir que nem uma tonta.
Raquel - Não nada disso.
David - Oh sim claro que não.
Não lhe cheguei a responder, limitei-me a dar-lhe um sorriso e continuei a comer.
David - Bem, não te chateio mais. Vou atender os clientes senão ainda oiço do patrão, come descansada.
Dei-lhe mais um sorriso. Mas ele percebeu que era como um Ok.
Acabei de comer, e estava a tirar a carteira da mala para pagar, quando o David se aproximou do balcão.
David - Então já papou tudo?
Raquel - Sim, e estava muito bom, Obrigada.
David - Oh de nada, é o meu trabalho. Queres a conta certo?
Raquel - Sim, se me fazes esse favor.
David - Claro que sim.. São 3,50€.
Raquel - Ok, aqui está. - Dei-lhe o dinheiro para a mão, nesse momento as nossas mãos permaneceram juntas e ficámos a olhar um para o outro durante uns segundos, que pareciam não ter fim, e confesso que, não sei bem, mas houve ali uma quìmica, mas tirei logo a mão.
David - Desculpa.
Fiquei sem saber o que responder, não queria ser fria com ele, pois acabo sempre por ser assim com as pessoas, mas não é por mal.
Raquel - Oh, não tem mal. Eu vou andando para a praia, já devem de estar à minha espera.
David - O pessoal da outra vez?
Raquel - Sim esse mesmo.
David - Estão cá a passar férias?
Raquel - Sim estamos.
David - Estás a gostar?
Raquel - Sim, eu já cá tinha vindo, mas claro que ficar cá durante algum tempo, é excelente.
David - A ilha é linda, e o Farol, tem uma vista deslumbrante, já lá estiveste?
Raquel - Não, mas adorava lá ir.
David - Se quiseres posso te mostrar o Farol. Vais adorar.
Raquel - Oh eu ia adorar.
Acho que ele percebeu que fiquei um bocadinho atrapalhada com a pergunta.
David - Oh quer dizer, claro que podes ir com o pessoal todo.
Raquel - Sim eu vou falar com eles. Mas agora tenho mesmo que ir.
David - Sim claro, vai. Ah só mais uma coisa. Hoje à noite vai haver uma festa, é sexta-feira, apareçam.
Raquel - Sim, eu falo com eles. Obrigada, até logo.
David - Até logo.
Saí do bar a correr, estava completamente a apanhar do ar. O que é que se tinha acabado de passar? Foi estranho. Acho que me senti mal por estar a falar com ele, por causa da Melissa, bem não sei, mas foi tudo tão estranho. Fiquei com aquela conversa toda na cabeça, sem saber bem o que pensar sobre isso.
Caminhei pelo areal, para ver se via o pessoal, lá estavam eles, depois das espreguiçadeiras, fui ter com eles.
Melissa - Até que enfim, estamos aqui à mais de meia hora e nunca mais aparecias.
Raquel - Desculpem, estive à conversa e não dei pelo tempo passar.
Teresa - À conversa? Com quem?
Melissa - Com quem ahm?
Pronto falei de mais, não queria dizer que estive todo aquele tempo a falar com o tal rapaz que a minha irmã andava encantada. O Rafael percebeu a minha aflição e lá me salvou.
Rafael - Bom o que interessa é que a Raquel já aqui está, vamos todos à água?
Melissa - Não escapas de me dizer com quem. Mas vamos lá sim.
E fomos todos à água refrescar. Estávamos todos na brincadeira claro. A Teresa olhou para mim e para a minha irmã e fez-nos aquele olhar. Percebemos logo que a Teresa e o Rafael queria namorar um bocado. Então saimos da água enquanto eles ficavam ali a namorar.
Permanecemos em silêncio, estava só eu, a minha irmã e o João. Ninguém pronunciou uma única palavra. Sou sincera, eu nunca me dei muito bem com o João, detesto o feítio dele, e evito grandes conversas com ele, para não haver discussões.
Vimos a Teresa e o Rafael a virem ter connosco, vinham na brincadeira como é obvio, deitaram-se nas toalhas e ficámos a conversar uns longos e longos minutos.
Até que o João falou.
João - Então, hoje não é sexta? Deve de haver alguma festa nalgum bar.
Fiquei um bocadinho nervosa, não queria nada ir à festa no bar da praia, mais propriamente, não queria ter de olhar para o David, ou mesmo ter de falar com ele. Então não disse nada sobre a festa.
Rafael - Hoje é noite de festa no bar da Praia. Querem ir?
Melissa - Mas é claro, isso nem se pergunta.
Bolas, iamos mesmo ao bar.
Bom... O João não gostou muito de ver a minha irmã com tanta vontade de ir, pois claro que a razão para aquela grande vontade da parte dela, era apenas pelo empregado do dia anterior, e então o João pôs-se logo a provocar.
João - Yah, bora, tenho aqui que encantar alguma miúda, esta noite é que vai ser.
Todos nós percebemos o intuito dele, provocar a Melissa. Mas como claro, ela não ficou nada a atrás.
Melissa - Sim, claro que vamos, hoje tenho de ver se vejo o meu principe encantado.
João - Hoje é bom que cheguem tarde a casa, sim porque hoje vai haver festa no meu quarto.
Mas que raio. Aquele rapaz só abre a boca para dizer porcaria.
Teresa - Tipo, João, essa era escusada.
Rafael - Yah mano mesmo, ah e só uma cena, queres loucuras dessas, vais para casa delas, na rua, não quero saber, mas na casa é que não.
Melissa - Oh meu deus. Eu vou mas é dar uma volta, assim não tenho que ouvir cenas tristes. Vêm meninas?
Raquel - Sim claro.
Teresa- Sim.
E fomos as três pelo areal fora, andámos e andámos, sentámo-nos na areia, e ficámos ali a conversar.
Melissa - É o segundo dia que cá estamos e já estou farta do João, como é que eu vou aguentar um mês inteirinho com ele, na mesma casa? Eu vou dar em maluca.
Eu e a Teresa soltámos uma gargalhada.
Teresa - As coisas estão bravas sim, mas vais ver que se vão acalmar, tu e ele, e vai tudo correr bem.
Raquel - Sim mana, tenta ignorar as coisas parvas que ele diz. É dificil, fogo se é. Mas mandá-lo embora não é solução.
Melissa - Eu sei, mas..
Teresa- Mel, estas são as nossas férias, é para divertirmo-nos à grande, esqueçe o João.
Melissa- É isso mesmo, quero lá saber do João, ele que vá para a cama com quem quiser a vida é dele, não quero saber, são as nossas férias, e vamos aproveitá-las ao máximo.
Raquel - Assim é que é falar.
Teresa - É isso mesmo.
Demos um abraço de três, enquanto nos riamos, deitámo-nos na areia a olhar para o céu e possémo-nos a imaginar o que podiamos fazer durante as férias.
Sentei-me e disse-lhes.
Raquel- É melhor irmos andando.
Teresa - Sim vamos.
A minha irmã nem chegou a responder, estendeu-me a mão para a ajudar a levantar-se.
Lá fomos nós as três ter com os meninos.


Sté

Sem comentários:

Enviar um comentário