domingo, 26 de agosto de 2012

12º Capitulo

Fomos à associação, os gémeos já lá estavam, sentados numa mesa, fomos ter com eles, sentámo-nos todos juntos, ficámos a conversar muito tempo, confesso que o ambiente estava um bocado pesado, a Melissa estava chateada, não percebia o porquê, falava mal com todos, dava com cada resposta que as pessoas ficava sem saber o que dizer.
Depois de tantas respostas mal dadas, cheguei a um ponto que não dava mais.
Raquel- Ok, chega, Melissa anda.
Melissa- Népia.
Raquel- Népia nada, vens e vens mesmo.
Parecia que estava a lidar com uma criança que estava a fazer birra, peguei-lhe pelo braço e puxei-a até mim.
Melissa- Larga-me, não és minha mãe.
Raquel- Cala-te, pessoal, nós já vimos.
Acenaram com a cabeça que sim, levei a Melissa a rasto, tinha de saber o porquê de ela estar assim.
Afastámo-nos da associação, já estávamos perto da praia, larguei-lhe o braço, parei a meio caminho e fiquei a olhar para ela à espera que me contasse o porquê daquilo tudo.
Melissa- O que é?
Raquel- Estou à espera que me digas o porque de estares a agir assim com todos.
Melissa- Não tens nada a ver com isso.
Raquel- Deixa de ser parva e diz-me o que  se passa.
Ela fez silêncio, as lágrimas começaram a cair-lhe dos olhos, agarrou-se a mim a chorar, já não estava a perceber nada, é certo que a minha irmã às vezes tinha umas crises deste género, mas tem estado tudo a correr bem ultimamente.
Raquel- Oh mana, fala comigo.
Deu um passo atrás e ficou a olhar para mim, respirou fundo e começou a falar.
Melissa- Não estou nos meus dias.
Raquel- Então e porque?
Melissa- Porque? Raquel, estão todos bem menos eu, a Teresa e o Rafael, nem comento, tu foste passar a tarde toda com a Rita, estou mesmo a ver, tu e a Rita vão se tornar super amigas, e vais me pôr de lado, tal como a Teresa, está com o Rafael e pronto, são namorados, tudo bem, mas eu sinto-me posta de parte por todos voçes.
Raquel- Melissa, como é que tu podes dizer isso? Todos nós adoramos-te, desculpa se passei o dia com a Rita em vez de contigo, mas conforme tu tens a Teresa, para desabafar, apesar de ela ter o Rafa, são namorados, têm de estar juntos, mas tu sabes que se pedires à Teresa para ires com ela à praia ou assim, sabes que ela vai contigo, mas cada um tem a sua vida, não podem viver em tua função, mas sabes que se precisares de nós, nós todos vamos estar aqui para ti.
Melissa- Eu sei, só que parece que se esqueçem de mim, que ninguém quer estar comigo.
Raquel- Oh Melissa, deixa-te dessas coisas, não tens razões nenhumas para pensares isso, nenhumas mesmo, eu estou aqui, se tu precisares de alguma coisa diz-me. E não penses essas coisas, são só parvoices dessa tua cabeça, asério mana, não vamos arranjar problemas onde eles não existem, ainda agora os conheçemos, não queres que pensem logo mal de ti pois não?
Melissa- Claro que não, eu quero que eles gostem de mim.
Raquel- E Melissa, só mais uma coisa. Não descarregues nos outros. Isso não ajuda nem a ti nem ao ambiente entre o grupo.
Melissa- Eu sei, não falei mal com eles por mal, eu vou-lhes pedir desculpa.
Raquel- Sim, faz isso sim, e vá não fiques assim.
Abraçamo-nos e ficámos ali algum tempo.
Melissa- Obrigada mana.
Sorri-lhe e voltámos para junto do grupo, assim que chegámos a Melissa pediu desculpa ao pessoal, sentámo-nos junto ao grupo de novo, conversámos bastante.
João- Bora dar uma volta, que já me doi o rabo de estar sentado tanto tempo.
Ivo- Sim, bora.
Rodrigo- Então e querem ir onde?
Raquel- Voçes é que são de cá, voçes é que conheçem isto aqui.
Hugo- Sabem o que que me apeteçe?
Rita- O que?
Hugo- Ponte.
Rafael- Excelente ideia, como faziamos o ano passado.
Ivo- Grande ideia mano.
Teresa- Mas é fazer o que?
Rodrigo- Saltar da ponte.
Raquel- Bem, estou mesmo a ver que todas as noites é para irmos à água.
Rodrigo- É Verão, e a essa hora é que a água está mesmo boa.
Teresa- Sim vamos lá então.
Fomos todos até à ponte, andaáos ainda uns 15 minutos, não foi muito, iamos a rir pelo caminho, quando lá chegámos não estava ninguém na ponte.
Ivo- Estranho, não estar aqui ninguém.
Rita- Também ainda é cedo.
Aproximei-me das escadas, descalçei-me e desci até sentir o mar nos meus pés, a água estava quente, não estava corrente nenhuma, nem vento, estava uma noite estrelada, noite de lua cheia, via-se ao longe as luzinhas da cidade do outro lado do mar, que noite tão calma.
Olhei para cima e vi o Rodrigo a olhar-me, sorri-lhe.
Raquel- Sim.. Precisas de alguma coisa?
Rodrigo- Precisar, sim preciso. E muito.
Raquel- Precisas do quê?
Rodrigo- Digo-te depois. - Sorriu-me.
Desceu as escadas e veio ter comigo, sentou-se a meu lado, não disse nada, eu tambem não, não tinha nada para dizer.
Rodrigo- Tens ai o teu telemóvel?
Raquel- Não, deixei em casa, mas porque?
Rodrigo- Ainda bem.
Raquel- Bom, qual é a ideia? Rodrigo?
Assim que disse aquilo, ele pegou-me ao colo e atirou-se para dentro de água.
Assim que vim ao de cima, claro que começei aos gritos com ele.
Raquel- Estás doido?
Ele começou-se a rir, veio para perto de mim, ficámos frente a frente um ao outro, olhámos intensamente nos olhos um do outro, mordi o lábio e agarrei-lhe na cabeça e empurrei para dentro de água, começei a nadar para ver se conseguia fugir dele, claro que veio atrás de mim, ficámos ali a brincar os dois, foi lindo.
Entretanto já o pessoal estava dentro de água, eu e ele eramos os únicos de roupa dentro de água, embora tenha ficado com a roupa encharcada, foi um momento maravilhoso.
Começou a ficar frio, então saimos da água, estava-se melhor dentro de água, mas já era tarde e tinhamos mesmo de sair, enquanto o pessoal se vestia, eu e o Rodrigo, congelávamos à espera deles, assim que se despacharam, demos uma corridinha até à praia, assim do nada começou a luta de areia, mas que grandes malucos, eramos oito malucos numa praia às escuras a brincar com areia. No final da brincadeira, corremos todos em direção ao mar, estava frio, mas tinhamos de tirar toda aquela areia que tinhamos no corpo.
Quando saimos da água, sentámo-nos todos na areia, ficámos ali ainda algum tempo, mas os gémeos tinham que se levantar cedo, pois tinham de dar aulas cedinho, então saimos dali, despedimo-nos uns dos outros e cada um foi para a sua casa.
Chegámos, tomámos outra vez banho, depois de banho tomado e pijama vestido, sentámo-nos todos no sofá.
Teresa- Estou cansada.
Rafael- Vamos para a cama amor?
Teresa- Sim amor, dormir.
Rafael-Pronto, vamos dormir sim.
João- Oh sim, dormir.
Teresa- Vá até manhã pessoal.
Levantaram-se e foram para o quarto.
Melissa- Bem, eu tambem vou, até manhã João.
João- Até manhã Mel.
Quando a minha irmã fechou a porta, o João disse-me que ia dormir.
Não tinha sono, as minha emoções falavam mais alto que o sono, fiquei deitada no sofá, deviam de ter passado uns 20 minutos desde que o João se tinha ido deitar, senti baterem na janela, apanhei um enorme susto, levantei-me do sofá, corri o cortinado e olhei lá para fora, era o Rodrigo.
Pensei para mim, mas o que que ele faz aqui, a estas horas?
Abri a janela e falei-lhe baixinho.
Raquel- O que estás aqui a fazer?
Rodrigo- Quero-te levar a um sitio.
Raquel- A estas horas?
Rodrigo- Sim, vá lá anda.
Não podia dizer que não, eu queria, pois claro que queria.
Raquel- Eu estou de pijama.
Rodrigo- Não faz mal, eu dou-te o meu casaco e nem se nota que estás de pijama.
Raquel- Tu és doido.
Rodrigo- Vens? - Sorriu-me.
Como é que podia dizer que não a um sorriso lindo daqueles.
Sai pela janela, a porta já estava trancada, e fazia muito barulho a abrir, assim não acordava ninguem, claro que ele me ajudou a descer, despiu o casaco e deu-me, vesti-o, e como o casaco me estava bastante grande não se via nem um bocadinho do pijama.
Raquel- Onde é que vamos?
Rodrigo- Já vais ver.
Raquel- Mas assim vou ficar curiosa.
Rodrigo- Não te preocupes que não te vou por em perigo.
Raquel- Disso eu sei.
Olhou para mim e voltou a sorrir.
Fomos conversando pelo caminho, iamos na direção do Farol. Mas será que iamos mesmo lá?



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