Fui até à praia onde o Rodrigo me tinha levado, sentei-me na areia a olhar o mar, as lágrimas escorriam pela cara, não conseguia parar de chorar, o amor que senti por ele era tão grande mas tão grande que toda aquela situação me estava a deixar de rastos. Tinha desligado o telemóvel dado que as chamadas eram a toda a hora.
(...)
Estavam todos em minha casa, sem saberem de mim, o Rodrigo tinha acabado de chegar a casa, tinha andado toda a tarde à minha procura.
Rodrigo- Então novidades?
Melissa- Não. - Disse a minha irmã com voz de zangada.
Hugo- O que é que aconteceu mano?
Melissa- Sim, ainda estou à espera que me digas o que é que tu fizeste para deixares a minha irmã naquele estado.
O Rodrigo calou-se, ele sabia que tinha errado, e tinha decerto vergonha de lhes contar.
Ivo- Podes contar Rodrigo, ninguem te vai julgar, só queremos perceber o que é que se passou.
Rodrigo- A culpa não é minha, quer dizer de todo não foi minha.
Melissa- Mas o que é que se passou?
Rodrigo- Quando estavamos a entrar no bar, eu dei de cara com a minha ex-namorada, a Marta, e ficámos um bocado à conversa, epá mas coisas básicas mesmo, ela começou a fazer-se a mim, opá e do nada mesmo deu-me um beijo, e deve de ter sido isso que a Raquel viu.
Teresa- E o que é que tu fizeste quando ela te beijou?
Rodrigo- Empurrei-a claro.
Hugo- Pois, e isso ela já não viu.
Rodrigo- Pois, decerteza.
Melissa- Se visse o meu namorado aos beijos com outra tambem não ia ficar ali a ver o resto do especteculo.
Rodrigo- Não tem a ver com isso, mas ao menos ficavas para perceber o que realmente se estava a passar.
Teresa- Sim, isso sim. E depois espetava um murro na cara da outra.
Ivo- Rodrigo, fazes alguma ideia de onde é que ela pode estar, é que está a ficar escuro, e não é muito bom ela andar por ai sozinha.
Rodrigo- Espera eu acho que sei... - E saiu a correr de casa.
(...)
O sol já se estava a por, tinha que voltar para casa, mas a vontade de o fazer era "nenhuma".
Fechei os olhos e respirei fundo, aquela devia de ser a última vez que respirava aquela brisa a mar, ouvia passos atrás de mim, levantei-me rápidamente e o dono dos passos parou atrás de mim.
Rodrigo- Sabia que estavas aqui..
As lágrimas voltaram a cair-me pelo rosto, nem sabia o que fazer, se lhe respondesse, se lhe virava costas.
Num implulso virei-me para trás, fitei-o com os olhos e começei a andar em direcção à passadeira de madeira. Ele agarrou-me no barço, não dei resistencia, simplesmente parei, tinha que ouvir aquilo que ele tinha para me dizer.
Rodrigo- Ouve-me por favor.
Raquel- Eu tenho que ir.
Rodrigo- Raquel, por favor ouve-me, só te peço que me ouças uma única vez.
Virei-me de frente para ele.
Raquel- Para que? Para me contares como foi beijar aquela rapariga? Desculpa mas dispenso saber.
Rodrigo- Não é nada disso Raquel. Ouve-me primeiro e depois julgas-me.
Raquel- Eu não te vou julgar, és livre para fazeres o que quizeres.
Rodrigo- O que é que tu viste?
Raquel- Ainda me perguntas isso? Asério?
Rodrigo- Só viste o beijo?
Raquel- Ainda dizes só?
Rodrigo- Pois devias ter ficádo até ao fim para perceberes o que realmente aconteçeu.
Raquel- Oh sim, ver o resto do espectáculo, pois estou a ver.
Rodrigo- A Marta, é uma ex-namorada, encontramo-nos por acaso, ficamos a falar um bocado e do nada ela beijou-me.
Raquel- Não tens de me dar justificações, é a tua vida, fazes dela o que bem entenderes.
Rodrigo- Raquel, não estás a ajudar, estou a tentar resolver as coisas, e tu estás a ter essa atitude infantil.
Raquel- E depois eu é que sou infantil, pois claro.
Rodrigo- Eu não a beijei, ela é que me beijou, se tivesses ficado até ao fim percebias que a afastei segundos após ela me ter beijado.
Raquel- Tão tipico.
Rodrigo- Mas é a verdade Raquel, tens que acreditar em mim, eu amo-te e nunca me passaria pela cabeça trair-te, eu nunca gostei de ninguem como gosto de ti, e achas que ia deitar tudo a perder? Logo agora que estavamos tão bem um com o outro? Achas?
Raquel- Eu não sei o que te vai na cabeça, mas imagina-te no meu lugar?O que é que fazias?
Rodrigo- Tentava perceber o que é que se tinha passado, e se a culpa não fosse da minha namorada, claro que ficava tudo bem entre nós.
Raquel- Dá-me tempo.
Rodrigo- Eu sei que a situação não é fácil amor, mas tens de confiar em mim, eu nunca na minha vida me passou pala cabeça trair-te, nunca mesmo.
Raquel- Amanha falamos é melhor.
Rodrigo- Posso ao menos levar-te a casa? Não te vou deixar ires sozinha.
Abanei os ombros, e continuei a andar, ele despiu o casaco e deu-mo, ao inicio exitei, mas de facto estava com frio, e para todos os efeitos ele ainda é o MEU namorado. Pelo caminho não falámos, já não queria tocar naquele assunto, ia dormir sobre o assunto e amanhã logo se vê.
Cheguei a casa, e ficou tudo a olhar para mim, disse-lhes que estava tudo bem, despi o casaco devolvi-o ao Rodrigo, desejei boa noite a todos e enfiei-me no quarto, só sai para tomar banho, quando todos já se tinham ido embora. Tomei um belo de um banho e fui para o quarto, tinha prometido contar à minha irmã e à Teresa o que se tinha passado, mas estava com uma enorme dor de cabeça de ter levado toda a tarde a chorar, que tive mesmo de me ir deitar.
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